Cenário envolve aspectos como baixo custo de produção,
mão de obra barata e menos restrições para a construção de indústrias.
Um ranking divulgado pelo World Resources Institute (WRI) aponta
que, em 2020, a
China foi o país do mundo que mais emitiu gases poluentes que contribuem para o
aumento do aquecimento global.O dado não vem como uma grande surpresa, segundo
o professor e pesquisador do Departamento de Geografia e do Programa de
Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Wilson
Roseghini, uma vez que muitos produtos disponíveis no mercado vêm com a
etiqueta "Made in China" ("Feito na China").Para o
especialista, é preciso entender o contexto histórico e econômico que fez a
China tenha alcançar esse patamar atual e se tornar o grande provedor de
produtos manufaturados para o restante do planeta. Isso envolve uma série de
aspectos como custo de produção, mão de obra mais barata e menos restrições
legais para a construção de indústrias."Os salários são menores na China
e, por conta disso, o país tem mão de obra barata e custo mais baixo para você
produzir e terceirizar uma série de serviços. Esse processo ocorreu
sobretudo nas décadas de 80 e 90, quando muitas empresas, principalmente dos
Estados Unidos, se instalaram na China para produzir equipamentos e outros
insumos para exportar para o restante do mundo. Outra questão é que lá há menos
restrições para desapropriar certas áreas e desmatar florestas para construir
indústrias", afirma Roseghini.O professor ressalta que o cenário atual é
um pouco diferente. Hoje, a China é altamente pressionada a produzir de forma
mais limpa, devido às mudanças climáticas. Existe também um movimento no
sentido de distribuir as forças do mercado internacional. Durante seu mandato,
o ex-presidente dos EUA Donald Trump, por exemplo, "repatriou" uma
série de empresas norte-americanas, como Samsung e Apple, trazendo-as de volta
para o país de origem. Para Roseghini, a China conseguiria, sim, produzir de
forma mais limpa e, ainda assim, manter a economia do país aquecida — mas este
é um processo lento e gradual que não acontece do dia para noite. Vale lembrar
que se a economia chinesa vai mal, a economia do restante do mundo também vai."Nós
temos que imaginar, de forma simplificada, dois grandes pesos nessa balança:
Estados Unidos e China. De um lado, o país que mais consome no mundo e do outro
o que mais produz. Se os Estados Unidos diminuem o consumo, a China quebra. Se
a China diminui a produção, os EUA quebram. E, claro, isso é sentido em todas
as partes do globo", diz.Eis então o grande desafio que se apresenta para
a China: manter a economia aquecida enquanto melhora as fontes de energia e
tenta racionalizar a produção. O professor acredita que a segunda tarefa é um
pouco menos complexa do que a primeira, uma vez que não é do interesse da China
que os países parem de consumir produtos chineses. Já a primeira é mais simples
de contornar e há algumas medidas que vêm sendo tomadas nesse sentido.Atualmente,
a matriz energética da China é baseada sobretudo no carvão mineral, que é
altamente poluidor, além de outros combustíveis fósseis, como carvão vegetal,
gás natural e petróleo. De uns anos para cá, no entanto, o país tem investido
também em usinas hidrelétricas, uma vez que lá há rios de grande porte, além de
energia eólica e na instalação de paineis solares.( Fonte R 7 Noticias
Internacional) *Estagiária do R7 sob supervisão de Fábio Fleury
Nenhum comentário:
Postar um comentário