Segundo o Tesouro dos EUA, apenas no primeiro semestre
de 2021, empresas pagaram resgates que superam R$ 3,3 bilhões.
O ataque
de hackers que derrubou o site do Ministério da Saúde e
impediu o acesso aos dados da vacinação no Brasil nesta sexta-feira (10) é
similar a vários outros praticados contra grandes empresas em todo o mundo,
desde a Colonial Pipeline, responsável pelo fornecimento de combustíveis
em diversos estados dos EUA, até as brasileiras Renner e JBS.No chamado
ransomware, os dados são sequestrados pelos invasores, que inserem uma camada
de criptografia que impede o acesso, e são liberados depois que um resgate é
pago pela vítima. Segundo uma estimativa do Tesouro americano, apenas nos seis
primeiros meses de 2021, empresas dos EUA pagaram mais de US$ 590 milhões
(cerca de R$ 3,3 bilhões) para recuperar seus dados.Isso significa que,
em apenas um semestre, esse número cresceu quase 42% em relação à soma que os
criminosos digitais arrecadaram ao longo de 2020 com esse tipo de crime: US$
416 milhões (o equivalente a R$ 2,3 bilhões).O
tamanho do ataquePara o especialista em tecnologia e segurança digital Arthur
Igreja, a mensagem deixada pelos invasores na página inicial do site do
ministério, em que afirmam que teriam copiado e apagado um total de 50
terabytes de dados, indica que o ataque pode ter afetado uma parte limitada dos
diversos bancos de dados mantidos pela pasta. "Parece um número alto, mas,
se você considerar que atualmente qualquer backup de dados pessoais pode
superar 1 terabyte, não é tanto assim. Por isso o volume anunciado é
importante. Ao mesmo tempo que demoraria um bocado para fazer uma cópia, não
chega perto do volume total com que o ministério trabalha. Acredito que tenham
apenas fechado o acesso com criptografia, e não apagado dos servidores. Não
faria sentido nenhum apagarem se querem o resgate", afirma Igreja. De
acordo com Igreja, grupos que realizam esse tipo de ataque muitas vezes acabam
entrando no sistema aproveitando-se de falhas internas de segurança, como
senhas fracas ou usuários que clicam em links do tipo usado para fazer phishing
e têm seus dados acessados pelos hackers."Normalmente o que acontece
nesses casos é engenharia social, usar link malicioso, estudar as estruturas,
os funcionários menos treinados. O caminho é por aí, fazer alguém de dentro
abrir uma porta sem a pessoa perceber, fazer alguém cair no golpe", alerta
ele.Para o especialista, a questão do eventual pagamento de resgate faz o
ataque contra um órgão público ser diferente dos registrados contra empresas
particulares. "Não são executivos em uma sala decidindo se vão pagar para
ter os dados de volta e depois anunciar. Estamos falando de um ministério
importante", ressalta.Igreja afirma que nunca ouviu falar do grupo que se
responsabilizou pela ação. "Mas garanto que, para um grupo poder fazer uma
coisa nessa escala, não é pequeno. O governo vai ter que rever a segurança,
ainda mais na véspera de o sistema de passaporte de vacinação entrar em
funcionamento. Além disso, depois de um ataque dessa magnitude, se o resgate
for pago, isso poderá criar um sistema de incentivo. Os golpistas veem
oportunidade e um sistema com falhas", alerta.( Fonte R 7 Noticias
Internacionl)
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