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segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

EUA miram etanol brasileiro em nova ofensiva de Trump e Brasil se prepara para negociações.

 


 Brasil argumenta sobre desigualdade comercial enquanto EUA criticam tarifas sobre etanol.

O governo dos Estados Unidos colocou o etanol brasileiro no centro de sua nova estratégia para um comércio “justo e recíproco”. Nesta quinta-feira, 13, o presidente Donald Trump anunciou um plano para equilibrar as tarifas de importação e exportação do país, destacando o biocombustível como exemplo de falta de reciprocidade nas relações comerciais com o Brasil. A medida acirra os ânimos entre os dois países e pode impactar diretamente o setor sucroenergético brasileiro. Segundo a Casa Branca, enquanto os EUA aplicam uma tarifa de apenas 2,5% sobre o etanol importado, o Brasil impõe uma taxa de 18% sobre o biocombustível norte-americano. “Como resultado, em 2024 os EUA importaram mais de US$ 200 milhões em etanol do Brasil, enquanto os EUA exportaram apenas US$ 52 milhões em etanol para o Brasil”, destacou o governo americano em comunicado. Pressão crescente de produtores americanos A decisão da administração Trump não foi repentina. Há anos, produtores e fabricantes de etanol nos Estados Unidos reivindicam um acesso mais amplo ao mercado brasileiro. A pressão se intensificou no último dia 6 de fevereiro, quando, durante uma audiência no Senado americano, Jamieson Greer, indicado por Trump para o cargo de representante comercial do país, afirmou que a tarifa de 18% aplicada pelo Brasil sobre o etanol americano era uma de suas prioridades. Após a divulgação do plano tarifário, a Associação de Combustíveis Renováveis dos EUA (RFA, na sigla em inglês) elogiou a iniciativa e criticou o regime brasileiro de taxação. “Há quase uma década, temos gastado tempo e recursos preciosos combatendo um regime tarifário injusto e injustificado imposto pelo governo brasileiro às importações de etanol dos EUA”, afirmou o presidente da entidade, Geoff Cooper. Segundo ele, enquanto o Brasil impõe barreiras tarifárias, os Estados Unidos incentivam as importações do etanol brasileiro. Brasil tenta contrapor a narrativa americana Integrantes do governo brasileiro veem as alegações americanas com cautela. Embora Trump afirme que o Brasil impõe taxas elevadas a produtos dos EUA, a equipe econômica do presidente Luiz Inácio Lula da Silva argumenta que a relação comercial entre os dois países revela uma realidade diferente. Apesar de o Brasil impor uma tarifa média de 11,2% sobre importações – contra 3,3% nos EUA –, grande parte dos produtos americanos entra no país com taxação reduzida ou isenta. Além disso, o Brasil enfrenta barreiras elevadas para exportar itens como açúcar, carne bovina e suco de laranja ao mercado norte-americano, dificultando um acordo equilibrado. Outro ponto que preocupa o setor sucroenergético brasileiro é o impacto da entrada de etanol americano no país, especialmente para usinas do Nordeste. Diferente do Brasil, onde o etanol é produzido a partir da cana-de-açúcar, nos Estados Unidos o biocombustível tem como base o milho, resultando em processos produtivos e impactos ambientais distintos. Implicações da medida e possíveis negociações A tarifa de importação sobre o etanol foi zerada no Brasil durante o governo Bolsonaro, em 2022, mas foi retomada na gestão Lula. O governo brasileiro, no entanto, já indicou que qualquer redução tarifária deve estar atrelada a um aumento no acesso do açúcar brasileiro ao mercado dos EUA, hoje restrito a uma cota estabelecida anualmente. Apesar do tom incisivo de Trump, a medida não será aplicada imediatamente. As tarifas passarão por um período de análise de 180 dias, o que abre espaço para negociações entre os dois países. O governo brasileiro vê essa janela como uma oportunidade para buscar um entendimento e minimizar impactos ao setor agroindustrial. De acordo com dados do Agrostat, sistema de estatísticas de comércio exterior do agronegócio brasileiro, o Brasil exportou US$ 181,8 milhões em etanol para os Estados Unidos em 2024, tornando o país o segundo maior destino do biocombustível brasileiro. Em contrapartida, as exportações americanas para o Brasil totalizaram apenas US$ 50,5 milhões no mesmo período. A União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (UNICA) e a Bioenergia Brasil, principais entidades do setor no Brasil, criticaram a decisão americana. Em nota conjunta, afirmaram que “o etanol brasileiro e o americano possuem atributos ambientais e potenciais de descarbonização diferentes, e, portanto, não faz sentido falar em reciprocidade”. Para as entidades, a medida representa “um passo dos Estados Unidos rumo ao abandono da rota de combate à mudança do clima”. “Esperamos que os estados americanos e a indústria local, comprometidos com o combate à mudança do clima, trabalhem para impedir esse retrocesso proposto pelo governo”, diz a nota. A decisão sobre as tarifas recíprocas será um teste para as relações diplomáticas e comerciais entre os dois países nos próximos meses. A indústria brasileira, por sua vez, segue atenta aos desdobramentos da medida e se prepara para possíveis ajustes estratégicos, visando garantir sua posição no mercado internacional. Leia também: Governo de Goiás realiza estudo inédito sobre risco de extinção da fauna local. Empresa que pretende gerir o aterro sanitário de Goiânia é flagrada lançando chorume em córrego de Aparecida de Goiânia; veja vídeo.(Fonte Jornal Opção Notícias GO)

 

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