Aliança entre a TPFL e o OLA leva o
conflito além das fronteiras regionais e ameaça o governo do presidente Abiy
Ahmed.
O
líder de uma milícia armada da Etiópia confirmou nesta quarta-feira (11) que
seu grupo formou uma aliança com os rebeldes de Tigré, que têm conquistado
território e avançam em direção à capital Adis Abeba. As informações são da
agência Associated Press.
“A única solução agora é derrubar este
governo militarmente, falando a língua que eles querem ouvir”,
disse Kumsa Diriba, também conhecido como Jaal Marroo, que lidera o Exército de
Libertação Oromo (OLA, na sigla em inglês). “Chegamos a um acordo sobre um
nível de entendimento para cooperar contra o mesmo inimigo, especialmente na
cooperação militar”. A aliança é mais um indício de que o conflito entre os
rebeldes e as forças nacionais tem se ampliado e não mais se limita às
fronteiras de Tigré. “Haverá uma grande coalizão contra o regime [do presidente
Abiy Ahmed]”, afirmou Marroo. A aliança coloca lado a lado a TPLF (Frente de
Libertação do Povo Tigré), partido político local amparado por um grupo paramilitar,
e o OLA, que no ano passado se desvinculou do partido político homônimo e
passou a defender de maneira independente a etnia Oromo, a maior da Etiópia. Avanço rebelde Tigré está imersa em
conflitos desde novembro, quando disputas eleitorais levaram
Addis Abeba a determinar a
tomada das instituições locais. A disputa opõe a TPLF, agora
com o suporte do OLA, às forças de segurança nacionais da Etiópia, amparadas
pelo exército da vizinha Eritreia. Os militares chegaram a
reconquistar Tigré, mas os rebeldes viraram o jogo e começaram a ganhar
território. No final de junho, eles anunciaram um processo de “limpeza” para
retomar integralmente o controle da região e assumiram o comando de
Mekelle, a capital regional. Pouco após a derrota do exército, o governo da Etiópia
decretou um cessar-fogo e deixou Tigré. Os soldados do exército da
Eitreia, que apoia Addis Abeba, também deixaram de ser vistos por
lá. Agora, com o avanço dos rebeldes, que já conquistaram a província vizinha
de Afar, o exército tem sido enviado novamente para
apoiar as tropas locais. Em meio à disputa entre rebeldes e governo, a região
enfrenta uma campanha que gera fome e violência e já deteriorou as condições de
vida de cinco milhões de civis. ( Fonte A Referencia Noticias Internacional)